terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Todo abismo é navegável a barquinhos de papel." - Guimarães Rosa













Veja bem, meu bem
Sinto te informar
Que arranjei alguém
Pra me confortar
Este alguém está
Quando você sai
Eu só posso crer
Pois sem ter você
Nestes braços tais

Veja bem, amor
Onde está você?
Somos no papel
Mas não no viver

Viajar sem mim
Me deixar assim
Tive que arranjar
Alguém pra passar
Os dias ruins
Enquanto isso, navegando eu vou
Sem paz

Sem ter um porto

Quase morto, sem um cais

E eu nunca vou te esquecer, amor

Mas a solidão deixa o coração

Neste leva-e-traz


Veja bem além
Destes fatos vis
Saiba: traições
São bem mais sutis
Se eu te troquei
Não foi por maldade
Amor, veja bem
Arranjei alguém

Chamado saudade.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Hoje eu quero o silêncio das madrugadas, a solidão por vontade própria, caneta e papel pra me fazer ouvir, só a mim e mais ninguém. E mesmo assim não muito, já tem muito barulho no meu ouvido, na minha cabeça e no meu estômago.

Vou curtir minha tristeza e mandar à puta que pariu todo mundo que, sem motivo, vive triste e assim se expressa porque acha bonito. Não tem nada de bonito na tristeza.
É claro que a gente cresce, aprende, amadurece; mas eu queria não precisar ser tão madura assim, tão forte assim. Seria mais feliz, mais leve. Mas é assim que eu sou e aceito o fardo (como se tivesse outra escolha).

Vou curtir minhas dores e minha tristeza.
Tchau!